TEXTO JOAQUÍN HERNÁNDEZ | IMAGENS MAPFRE
1992 um ano histórico, pelo menos para a Espanha: Jogos Olímpicos em Barcelona, Exposição Universal em Sevilha e Madri, capital europeia da cultura. Os olhos do mundo se voltaram para a Espanha. Nesse mesmo ano, a MAPFRE criou sua revista corporativa O Mundo da MAPFRE, uma ferramenta para divulgar os projetos nos quais o Grupo estava imerso, suas principais realizações e para compartilhar cultura e valores entre os funcionários em qualquer lugar do mundo.
E os projetos da MAPFRE, alguns deles muito emblemáticos, estão ligados precisamente a esses eventos. A Torre MAPFRE, em Barcelona, conhecida por todo o mundo, foi inaugurada nesse ano e, desde então, tornou-se o símbolo e ícone da cidade. Anos, décadas depois, ela continua fazendo parte do skyline de Barcelona e é testemunha, não precisamente muda, da história e evolução da MAPFRE.
Em Sevilha, o Grupo chegou inclusive a ter um dia na Exposição Universal e financiou a construção da ponte de La Barqueta, que dava acesso ao recinto da feira. Uma ponte que foi construída em terra para posteriormentevirá-la, com barcaças, até sua localização definitiva, uma ponte que também foi conhecida como Ponte MAPFRE.
A imagem da empresa nos primeiros anos da década de 1990 do século passado é muito diferente da que temos hoje, mas não podemos nos esquecer de que é precisamente o germe da seguradora que a MAPFRE é na atualidade.
O Grupo tinha iniciado sua expansão internacional na década anterior. Começou na Colômbia, em 1984, e hoje, a MAPFRE é na América Latina a seguradora líder, à frente de empresas locais e de outros grupos seguradores que desembarcaram lá anos depois. A história da expansão da MAPFRE não está vinculada apenas ao negócio, mas também à sua Fundación. Na América Latina, a Fundación MAPFRE tem implementado múltiplos projetos para ajudar aos mais desfavorecidos, demonstrando que esse espírito solidário que está no germe da indústria seguradora é muito mais do que uma declaração de intenções. São fatos e assim é demonstrado pelos milhares de beneficiários de iniciativas, como refeitórios sociais, programas de educação ou auxílio em situações de emergência, como as vividas pelo continente em decorrência de terremotos ou furacões.
Hoje, a MAPFRE é líder na América Latina. A revista sempre comunicou a história da expansão da MAPFRE no continente
A ponte La Barqueta, conhecida como ponte MAPFRE, foi um dos emblemas da Exposição Universal de Sevilha de 1992
Em 2017, a revista adotou um novo formato, que foi mantido até esta última edição
A expansão da MAPFRE não se limitou somente à América, embora laços históricos, culturais e linguísticos tenham feito dela a primeira parada deste processo de internacionalização, primeiro, e depois de globalização. A entrada na Europa, onde o mercado de seguros é muito mais amadurecido, aconteceria anos depois. Foi em 2014, quando duas empresas foram adquiridas, na Itália e na Alemanha, que seriam o germe da Verti em ambos os países. São duas empresas de seguro direto, ou seja, basicamente vendas online e por telefone (em menor medida)… Mas alguns anos antes, a Verti tinha criado em 2011 na Espanha, que foi o primeiro compromisso da MAPFRE com uma empresa com essas características.
A MAPFRE continuou estendendo seus horizontes, incrementando sua presença em diferentes países, primeiro neste continente e, com o passar dos anos, nos Estados Unidos, país onde teve lugar a maior compra do Grupo em 2008: Commerce, uma operação no mercado mais importante do mundo. Uma seguradora no Estado de Massachusetts, onde hoje estamos no top 25 no seguro de automóveis, que continua sendo o ramo mais importante do Grupo (representando mais de 20% de todo o negócio).
A Ásia, principalmente por meio do negócio ressegurador, que muitas vezes foi a porta de entrada para o Grupo em alguns mercados e que hoje tem negócios em mais de cem países, e até mesmo na África, através da unidade de negócio de assistência, também aparecem no mapa da MAPFRE.
A popularmente conhecida como Torre MAPFRE, em Barcelona, foi inaugurada no mesmo ano em que nossa revista foi criada
A empresa foi ampliando seus horizontes e mudando internamente. O processo de expansão exigia maior impulso para não se tornar uma soma de empresas em diferentes países. Esta é uma das razões que potencializam a criação de estruturas centralizadas que oferecem suporte a todo o negócio, que permitem avançar na criação de uma empresa global, transmitindo a cultura, um valor intangível que faz com que, da Patagônia ao Japão, qualquer funcionário da MAPFRE compartilhe os mesmos valores.
A economia se modernizou, as empresas espanholas começaram a ir muito mais para o exterior e a MAPFRE esteve lá para acompanhá-las. Hoje, mais de dois terços das empresas do Ibex 35 confiam na MAPFRE. Este tipo de empresas requeria de uma oferta diferenciada, de produtos sob medida, porque suas necessidades são muito específicas. Mais uma vez, a MAPFRE optou por uma especialização que originou o que hoje é a MAPFRE Global Risks: uma unidade do Grupo especializada no oferecimento de soluções para empresas multinacionais.
Muito mais do que expansão foi o que possibilitou à MAPFRE alcançar a dimensão atual, para jogar na liga das grandes seguradoras mundiais. De fato, ela é uma das dez seguradoras europeias em volume de prêmios. Houve inovação, algo que está no DNA da empresa quase desde seu início. Foi a MAPFRE que mudou o conceito de indenização por reparação e continua fazendo isso. Hoje, um cliente não concebe que seja indenizado quando tem um sinistro, ele prefere consertar o dano que sofreu e não ter que se preocupar com mais nada. O desejo de se antecipar às necessidades do cliente, de oferecer algo diferente do que a concorrência estava fazendo e a possibilidade de poder transferi-lo aos múltiplos países onde o Grupo opera foi um fator constante que perdura até hoje, e que deve perdurar, no trabalho dos funcionários que compõem hoje a MAPFRE.
Nestes 30 anos, a MAPFRE, que continua tendo a maior rede de distribuição de seguros na Espanha, com 3.000 escritórios, e um dos mais importantes na América Latina, estendeu os pontos de distribuição de seus produtos: às vezes com acordos locais, outras com grandes corporações, como é o caso da parceria com o Banco do Brasil, que permitiu a criação de um dos grandes grupos financeiros do país, e potencializando os acordos de bancasseguros. E juntamente com o negócio segurador e ressegurador, a última década também teve o impulso para a gestão de ativos.
A expansão internacional começou na Colômbia em 1984. Na imagem, o edifício MAPFRE em Cartagena das Índias
Acordo com o Banco do Brasil em 2010
Fomos reconhecidos em diversas oportunidades como o Great Place to Work
E a MAPFRE vem quebrando padrões, com formas diferentes de fazer as coisas. Em 2006, realizou um processo incomum, algo que não tinha sido feito na Espanha até então. Iniciou sua desmutualização, para deixar de ser uma mútua e se tornar uma sociedade anônima, com todos seus negócios cotando na bolsa de valores, beneficiando-se do acesso mais fácil ao capital no mercado para poder realizar novas operações. Um processo complexo que, no entanto, foi exemplar.
A história da MAPFRE nessas três décadas é a história de uma empresa que soube se renovar continuamente, adaptando-se a novas tendências e novas maneiras de fazer as coisas, uma empresa na qual a tecnologia e a digitalização estão presentes no trabalho diário, porque em pleno século XXI não há opção se você quer ser global. Globalidade, tecnologia e inovação caminham de mãos dadas hoje e a MAPFRE entendeu isso. Ela criou um modelo próprio de inovação, colaborando com startups, incorporando boas práticas de um mercado a outro, soube transformar uma empresa tradicional, como a de Assistência, em uma empresa totalmente diferente, focada nas relações digitais, com um novo nome: MAWDY.
A importância que a sustentabilidade adquiriu nos últimos anos é uma das grandes mudanças sociais que estamos experimentando e hoje faz parte do roteiro de qualquer empresa, inclusive da MAPFRE. Mas, com sua própria abordagem, considerando que todo esforço nessa área deve ter como foco principal as pessoas, que foram e continuam sendo a essência da empresa: pessoas que cuidam de pessoas. Esse foi o lema da MAPFRE e essa essência ainda está presente.
Os números revelam, por si sós, que a MAPFRE foi uma empresa que nesses 30 anos passou de ter 9.500 funcionários para mais de 31.000 trabalhadores ou que multiplicou seus prêmios por 2,5 vezes, chegando a mais de 24.500 milhões de euros. Mas a MAPFRE é muito mais do que números. A MAPFRE é uma empresa que se transformou para enfrentar desafios que ninguém poderia imaginar há alguns anos: uma pandemia, que nenhum de nós tinha experimentado (e acreditamos que nunca mais experimentaremos uma situação semelhante), uma guerra como a que está acontecendo agora na Ucrânia, na fronteira da Europa, ou um ciberataque, como o que a MAPFRE sofreu há alguns anos. Passamos por tudo isso nesses 30 anos e tudo ficou refletido em O Mundo da MAPFRE. A transformação da empresa é contada nesta revista.
A história da MAPFRE foi escrita em O Mundo da MAPFRE. Houve sucessos e fracassos, conquistas e desafios que foram enfrentados. Projetos brilhantes e erros que tiveram de ser corrigidos, mas essa é a história de uma empresa com vida, que se movimenta, que não fica parada vivendo da inércia. Nesses anos aprendemos, como aprenderam aqueles que nos precederam, a melhorar, a refletir, a aproveitar o melhor de cada situação para continuar sendo globais, com vocação de liderança, uma empresa que olha para o futuro com esperança e otimismo. Uma empresa que em 2023 completará 90 anos e que pode dizer com orgulho que “Cuidamos do que é importante para você” é o propósito que agora se reflete explicitamente, mas que provavelmente esteve presente e subjacente durante todo esse tempo, e que é a razão de ser desta empresa.
Sede social em Majadahonda e painéis solares
A inovação está no DNA da empresa quase desde o início