O hospital de hoje será o homespital do futuro
A telemedicina chegou em nossas vidas para ficar. Segundo dados de um relatório de McKinsey sobre o crescimento desta matéria, o uso dos serviços médicos em remoto alcançou seu máximo em abril de 2020, coincidindo com o confinamento em muitos países durante a pandemia. Estes dados dão a entender que o atendimento primário parece ter se deslocado em grande medida dos centros médicos para as residências, apesar de que não se trata de uma tendência nova.
DOBLE
DE população com mais de 80 anos em 2050.
60%
de usuários do SAvia vivem sua primeira experiência com a telemedicina.
Já em 2016, o Fórum Econômico Mundial cunhou o termo home-spitalis, termo que a MAPFRE entende como uma das grandes tendências perante o futuro da saúde em seu relatório A saúde que vem: Cinco tendências que marcam o futuro do setor, apresentado junto à Accenture no evento especializado em startups do 4YFN que se realizou no âmbito do Mobile World Congress de 2022. Existem uma série de fatores que impulsionam este movimento. Em primeiro lugar, a saturação que existe dentro dos sistemas de saúde públicos, e a lenta adaptação das infraestruturas ao crescimento da população nas zonas urbanas. Em segundo lugar, o envelhecimento da população: nos países ricos da Europa, a população de mais de 80 anos vai dobrar até 2050. Isto contrasta significativamente se se compara com a quantidade da população em idade profissional, que é muito menor. Em terceiro lugar, a necessidade de prestadores de saúde públicos e privados, de aliviar os custos operacionais para acomodar os preços dos novos tratamentos. Por último, e de maneira fundamental, a importância de devolver ao atendimento sanitário o trato humano próximo e de qualidade, qualidades que se deterioraram muito nos últimos anos após a pandemia.
«É difícil substituir o atendimento presencial por um atendimento remoto. Mas a Covid-19 mudou tudo. Houve muitos heróis no setor sanitário, tanto os que estiveram nos centros médicos todos os dias e todas as noites como aqueles que, mesmo estando confinados, apoiaram a sociedade através da plataforma de telemedicina da MAPFRE, Savia. 60% dos usuários da Savia durante o confinamento tiveram sua primeira experiência com a telemedicina», assegura Pedro Díaz Yuste, diretor geral da empresa.
Os novos desafios do serviço
Esta descentralização do atendimento sanitário representa uma série de novos desafios. Por um lado, os prestadores de serviços de saúde, como as seguradoras, devem velar pelo correto cumprimento dos tratamentos, pelo qual é de vital importância estabelecer soluções de controle que respeitem a intimidade dos pacientes. Este desafio pode dar lugar à criação de novos modelos de negócio onde se favoreça positivamente os pacientes.
Por outro lado, os desafios logísticos do fornecimento de medicamentos, a cessão de equipamento médico e as visitas presenciais a domicílio são desafios que não podem ser subestimados. A descentralização do sistema de saúde não só representa conectar médicos e pacientes de forma remota. Hoje em dia, achamos diversas fórmulas de diagnóstico remoto que permitem facilitar este processo.
Com a telemedicina, encontramos novas formas de terapia digital, que demonstraram ser capazes de aumentar a qualidade do serviço e, ao mesmo tempo, contribuir para aliviar a escassez de recursos. Soluções de «saúde self-service» como a que propõe Koa Health, uma startup espanhola focada na saúde mental digital, que utiliza a inteligência artificial para oferecer programas personalizados que o usuário realiza por conta. Neste caso, o médico fica relegado a um segundo plano, monitorando a evolução dos indicadores e permanecendo atento a possíveis sinais de alerta que requeiram sua intervenção. Por último, achamos muitas soluções de monitoramento de pacientes, como é o caso de Donisi, empresa de tecnologia médica dedicada a proporcionar uma monitorização médica a domicílio de múltiplos parâmetros cardiopulmonares, o que permite otimizar o atendimento de pacientes com insuficiência cardíaca congestiva e de outras doenças crônicas.
Outro exemplo é Acurable, outra startup dedicada aos dispositivos médicos com produtos como AcuPebble baseados em inovadores sensores acústicos capazes de captar os biosinais com a informação dos pacientes. Esta startup criou o primeiro dispositivo médico que obtém o marcado CE para o diagnóstico automatizado da apneia obstrutiva do sono.
Na MAPFRE contamos com Savia, a plataforma de serviços de saúde digital. Com quase 4 anos no mercado espanhol, conta com mais de 420.000 usuários, registrando cinco milhões de visitas no último ano. A plataforma oferece um amplo catálogo de serviços e um quadro médico formado por mais de 30.000 profissionais que dão acesso a 42 especialidades. Os usuários do Savia podem realizar consultas médicas facilmente, a partir de seus celulares de onde podem também adquirir os produtos e serviços e escolher entre as diferentes modalidades de pagamento que existem: por serviço contratado ou através de planos de assinatura. Além disso, Savia oferece a possibilidade de assinar um plano personalizado para empresas.
Na MAPFRE contamos com Savia, a a plataforma de serviços de saúde digital.
4 años
Mercado espanhol
+420.000
usuários
5M
visitas no último ano
+30.000
Médicos especializados
42
especialidades diferentes
Será esta a chegada do verdadeiro valor da IoT?
Donisi e Acurable são dois exemplos de dispositivos médicos inovadores da nova geração, que monitoram constantes vitais e biomarcadores de uma forma radicalmente diferente de como se fazia até agora. Parece que a IoT, a internet das coisas, está encontrando uma grande oportunidade no âmbito do atendimento domiciliar.
Outro exemplo em relação seria o de Aerial, que se distingue de outras soluções enquanto é capaz de monitorar o bem-estar das pessoas idosas sem necessidade de dispositivos portáteis que lhes façam sentir-se controlados ou dependentes, mas esta tecnologia baseia-se na rede wi-fi e no uso de suas ondas. Dado que não é uma solução invasiva, permite melhorar sua aderência e não modificar o ambiente do usuário.
Quais são as previsões para 2030?
Segundo o artigo escrito para o Fórum Econômico Mundial de Melanie Walker, copresidente do Conselho do Futuro da Neurotecnologia e as Ciências do Cérebro e professora de Neurologia e Cirurgia Neurológica na Universidade de Washington, «os dias em que os pacientes morrem enquanto esperam um doador de órgãos estão com os dias contados. Os órgãos, os tecidos e as estruturas de suporte, como os ossos ou os ligamentos, serão impressos biologicamente em 3D sob demanda. Os índices de lesões traumáticas estão baixando e continuarão diminuindo à medida que introduzamos carros sem motorista e trabalhadores robotizados para tarefas de risco. E realmente: os 80 são os novos 60, com todas as opções regenerativas que temos no horizonte».
A doutora Walker acredita que para 2030 “a natureza das doenças estará ainda mais alterada pela tecnologia. Tão alterada, de fato, que poderíamos ter menos doenças a gerenciar”.
a quarta revolução industrial fará com que os seres humanos vivam mais tempo com mais saúde.
A doutora Walker acredita que para 2030 «a natureza das doenças estará ainda mais alterada pela tecnologia. Tão alterada, de fato, que poderíamos ter menos doenças a gerenciar”. Segundo estes especialistas, a quarta revolução industrial fará com que os seres humanos vivam mais tempo e com mais saúde. Algumas práticas hospitalares poderiam até desaparecer, o que faria com que a hospitalização acabe por volatilizar-se, apesar de que não para 2030 mas sim em um futuro próximo.
Com todos os avanços em dispositivos móveis espera-se que, em vez de obter os medicamentos em uma farmácia, seja nosso próprio dispositivo que receba a informação necessária para depois imprimir uma lista dos produtos farmacêuticos personalizados em nossa própria casa. Tudo isto ocorreria em questão de minutos, um processo que agilizaria em grande medida a obtenção dos medicamentos necessários. Por que, tendo em conta tudo isto, o hospital de hoje acabará sendo substituído pelo home-spital do amanhã?