A menopausa não é uma doença, mas sim uma etapa da vida da mulher. É um acontecimento normal, contudo, tanto pela variação dos sintomas quanto pela maneira de enfrentá-los, nem todas as mulheres passam por esse período do mesmo modo e, inclusive, algumas buscam aconselhamento médico para superar certos incômodos que, sendo normais, em alguns casos porem afetar sua qualidade de vida.
TEXT ÁREA CORPORATIVA DE RECURSOS HUMANOS | FOTOS THINKSTOCK
O que é a menopausa?
Quando os ovários deixam de produzir óvulos e é reduzida a secreção de hormônios (estrogênio e progesterona), há o término dos períodos menstruais e da etapa reprodutiva da mulher e é então, após doze meses sem menstruação, que se constata a menopausa.
A menopausa ocorre normalmente entre os 45 e os 55 anos, sendo a idade média de 51 anos. Algumas mulheres deixam de ter o período de forma súbita, mas com a maioria isso acontece progressivamente. Os anos anteriores à menopausa são caracterizados por menstruações mais curtas e hemorragias mais abundantes. Essa fase pode durar de 2 a 8 anos.
O fato de não ter nenhum ciclo menstrual, ou de ter alterações, não significa que a mulher não tenha capacidade reprodutiva, mais que isso, a irregularidade dos ciclos faz com que não seja possível saber com certeza o período de ovulação, sendo mais difícil calcular os dias férteis. Por isso, nessa etapa, os métodos contraceptivos devem ser considerados.
Após o último período, inicia-se uma fase denominada pós-menopausa, que pode se prolongar por até 6 anos e na qual surgem o maior número de incômodos e complicações.
Quais mudanças ou sintomas podem surgir?
Foram descritos diversos sintomas (tanto físicos quanto psicológicos) atribuídos a esse período da vida, mas apenas os denominados “ondas de calor” e a secura vaginal foram confirmados como sintomas associados à mudança da atividade hormonal, que ocorre durante essa etapa.
Não obstante, ao reduzir os níveis de estrogênio, os hormônios sexuais femininos produzidos principalmente pelos ovários e que atuam sobre os diferentes órgãos e sistemas, é possível associar a menopausa a outros sintomas.
A seguir, descrevemos alguns dos sintomas que podem acompanhar a menopausa.
• Ondas de calor e insônia: são definidos como a sensação espontânea de calor, geralmente percebida no peito, pescoço e rosto, às vezes associado a transpiração, com ligeiro aumento da frequência cardíaca com palpitações. Costuma durar entre um minuto e um minuto e meio, e sua intensidade e periodicidade são variáveis. Quando ocorrem durante a noite, a qualidade do sono, devido o fato de despertar com frequência, acaba sendo bastante alterada. Isso favorece o surgimento de fadiga diurna e irritabilidade.
• Atrofia urogenital: com a queda dos estrogênios, os tecidos passam a tornar-se mais finos e secos de forma progressiva. Isso também ocorre no caso dos tecidos da vagina e da uretra, fazendo com que seja possível notar secura, irritação vaginal e necessidade de urinar mais frequentemente.
• Osteoporose: a queda de estrogênios faz com que seja acelerada a perda de massa óssea, que por si só envolve o próprio avanço da idade.
• Mudanças na fisionomia: a gordura corporal varia em função da idade. Aos 20 anos, a gordura corporal é de 26%, sobe para 33% aos 40 e 42% aos 50. Com a menopausa, há uma ligeira alteração na distribuição da gordura corporal, sem motivos para a produção de mudanças no peso.
• Alterações em exames de sangue: nesse período podem ser produzidas mudanças nos exames de sangue, sobretudo no perfil lipídico, pois os estrogênios atuam sobre o controle do colesterol e dos triglicerídeos.
• Mudanças na vida sexual: a diminuição hormonal nem sempre é um fator determinante para a diminuição da libido ou do apetite sexual, pois uma relação satisfatória também depende de fatores educacionais e sociais. A falta de estrogênios produzirá secura vaginal e, portanto, recomenda-se o uso de lubrificante durante as relações sexuais. Com frequência, muitas mulheres tendem a pensar que com a menopausa sua vida sexual vai mudar, para pior, ou até mesmo acabar. Essas ideias pré-concebidas podem resultar em piora nas relações.
• Mudanças no estado de ânimo: durante a menopausa são frequentes as alterações do estado de ânimo, com sintomas como diminuição de energia, cansaço, irritabilidade, falta de concentração, tristeza… que ocorrem devido a inúmeros fatores como mudanças hormonais, falta de sono reparador, bem como fatores psicológicos relacionados à perda da capacidade reprodutiva e do atrativo físico.
Algumas mulheres sentem que já não são valorizadas por seu ambiente social. É muito comum que, quando uma adolescente começa a ter períodos menstruais, haja comentários como “já é uma mulher”… mas o que acontece então quando isso acaba…? Essa etapa costuma coincidir com a convivência com filhos adolescentes ou com o abandono do lar familiar por filhos mais velhos, podendo produzir o que é conhecido como “síndrome do ninho vazio”, mais relacionada com a sensação de perda de importância no núcleo familiar do que com a menopausa em si.
É possível e deve-se tratar os sintomas da menopausa?
Muitas vezes apenas com uma ligeira modificação no estilo de vida, com determinados conselhos dietéticos, prática de exercícios leves ou aprender técnicas de relaxamento e autocontrole, é possível conseguir controlar ou limitar o aparecimento de sintomas sem a necessidade de recorrer à terapia farmacológica. Além disso, o uso de remédios baseados em plantas medicinais, preferencialmente prescritos por um médico, pode ajudar em alguns casos. Visitar o ginecologista e seguir seus conselhos fará com que os incômodos sejam menores e que essa fase seja superada da melhor maneira.