A Fundación nos oferece um outono artístico cheio de nuances, com três grandes exposições nas salas de Madri e Barcelona. Caso você esteja fora da Espanha, fique atento, porque algumas das exposições de maior sucesso estarão de viagem pelo mundo todo.
TEXTO MARÍA JESÚS PÉREZ
Exposições temporárias
As obras de Ignacio Zuloaga, Auguste Rodin e Nicholas Nixon são as grandes protagonistas da programação de exposições temporárias da Fundación MAPFRE na Espanha para este outono. A exposição Zuloaga de Paris da Belle Époque, 1889-1914, que poderá ser visitada a partir de 28 de setembro na Sala Recoletos de Madri, oferece uma nova visão do pintor basco, cuja obra, que se desenvolve em Paris na mudança de século, está em perfeita sintonia com o mundo moderno do qual faz parte temática e oficialmente.
A mostra inclui 93 obras, 40 das quais do próprio Ignacio Zuloaga (Madri, 1870 – Madri, 1945), realizadas pelo pintor durante seus primeiros anos de estadia parisiense, e o restante de outros artistas que influenciaram sua trajetória, como Pablo Picasso, John Singer Sargent, Émile Bernard ou Auguste Rodin.
A exposição, que está dedicada a este último, abrirá suas portas em Barcelona no próximo dia 12 de outubro na Casa Garriga i Nogués. O Inferno segundo Rodin terá como eixo central A Porta do Inferno, que pretende introduzir o espectador no espaço de criação de um dos escultores franceses mais representativos. Esta obra monumental, considerada a obra central da carreira de Auguste Rodin (Paris, 1840 – Meudon, 1917) e na qual trabalhou durante mais de vinte anos, oferece uma visão espetacular do inferno, febril e tempestuosa, ao mesmo tempo que sensual e evocadora.
A exposição reúne aproximadamente cem esculturas e mais de trinta desenhos, bem como várias maquetes e modelos que permitem seguir o processo criativo e a evolução que a Porta sofreu ao longo dos anos.
Auguste Rodin, Le Baiser (El Beso), ca.1882 Musée Rodin, París © Musée Rodin
E se você gosta de fotografia, não deixe de visitar a exposição de Nicholas Nixon, que abriu as suas portas ao público no dia 14 de setembro na sala Bárbara de Braganza em Madri.
Considerado um dos fotógrafos mais importantes das últimas décadas, Nicholas Nixon (Michigan, 1947), revela através da sua obra uma tensão entre o visível, o conteúdo, e o invisível, os pensamentos e preocupações que surgem nas suas imagens.
Esta é a maior retrospectiva do artista realizada até agora e onde o próprio mundo de Nixon atua como um guia, desde as frias vistas de Nova York e de Boston dos anos setenta até a conhecidíssima série das Irmãs Brown, sem dúvida uma das reflexões mais acertadas sobre a passagem do tempo na história da fotografia.
Nicholas Nixon, The Brown Sisters (Las Hermanas Brown), 1975 – 2016 © Nicholas Nixon. Cortesía Fraenkel Gallery, San Francisco
Exposições itinerantes
Uns chegam e outros se vão para começar uma viagem que os levará para algumas das melhores salas de exposições do mundo. É o caso da obra de Peter Hujar (Trenton, 1934 – Nova York, 1987) que, depois de passar por Barcelona, poderá ser visitada no Fotomuseum de La Haya até 15 de outubro, antes de ir para Nova York no ano que vem. À velocidade da vida oferece 160 fotografias do artista americano desde 1950 até sua morte em Nova York, em 1987. A exposição destaca a amplitude, a profundidade e a singularidade da sua obra com retratos que tiveram uma influência fundamental e transformadora na fotografia da segunda metade do século XX.
Também será possível contemplar a obra de Bruce Davidson na Holanda, que estará em exposição a partir do próximo 16 de setembro no Nederlands Fotomuseum de Rotterdam e permanecerá até janeiro de 2018, quando voltará para a Espanha. A exposição, a mais abrangente do artista realizada até agora, teve, anteriormente, um excelente recebimento em Madri, Barcelona e Viena. Composta por 190 instantâneos e material documental, representa um percurso pelos mais de 50 anos de carreira deste fotógrafo norte-americano e apresenta algumas de suas séries mais conhecidas, como Bandas de Brooklyn, Calle 100 Este e Tempo de mudanças.
Em Arlés, uma cidade no sul da França, poderão desfrutar da fotografia da chilena Paz Errázuriz (Santiago, 1944) até final de setembro, antes que seja levada para o México e o Chile. A artista foi condecorada este verão com o II Prêmio de Fotografia Madame Figaro-Rencontres d’Arles, por ocasião da exposição Uma poética do humano. Além disso, foi honrada recentemente com o Prêmio Nacional de Artes Plásticas do Chile 2017.
Albert Renger-Patzsch, um dos principais representantes da nova objetividade alemã, foi outro dos protagonistas da Sala Recoletos durante o primeiro semestre deste ano. Agora, a exposição, composta por 185 fotografias e 18 livros, é transferida para a Galeria Nacional del Jeu de Paume de Paris, onde permanecerá até janeiro de 2018. A perspectiva das coisas propõe um percurso pela trajetória artística de Albert Renger- Patzsch, reconhecido atualmente como uma das figuras mais representativas e influentes da história da fotografia do século XX. A exposição faz um passeio pela sua carreira desde o início de 1920 até a década de 1960, examinando a grande variedade de temas e gêneros que a marcaram através das etapas mais importantes da sua vida.
Mais informações no site.
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